As próximas semanas são de loucura no que toca ao consumo. Mas acreditamos que o Natal é tão mais do que comprar o presente certo. Ainda assim, também te vamos dar dicas sobre compras. Espreita este artigo se queres ter um Natal mais sustentável.
1. Árvore de Natal. Natural ou artificial?
Um estudo da Deco diz que a árvore de plástico tem 7 vezes mais impacto ambiental do que uma árvore de Natal natural. Ou seja, a árvore artificial terá de ser utilizada durante, pelo menos, sete Natais para que os impactos ambientais que tem a mais sejam compensados.
A árvore artificial é feita de plástico, não é reciclável e vêm maioritariamente em cargueiros da China. Fora o impacto que têm no solo, que é maio nas naturais, a árvore de natal artificial tem mais impacto. Sete vezes mais.
Se for para escolher natural sugerimos o projeto “Pinheiro Vivo” da Planta Livre, que, depois do Natal, devolve a árvore à natureza numa floresta ou pinhal português.
2. Luzes de Natal
Opta por lâmpadas de LED: consomem menos energia e têm uma vida útil mais longa. E, se possível, usa temporizadores, porque garantem que não fiquem acesas durante o dia, desperdiçando eletricidade.
Mas antes de comprar, nada como fazer uma vistoria ao que sobrou dos anos anteriores e aproveitar as que ainda funcionam. Tanto nas árvores como nas luzes, escolher o mais simples vai fazer com que não te canses e tenhas vontade de comprar algo novo no ano seguinte.
3. Comprar menos presentes
Para muitos, é o setor mais difícil de implementar uma mudança. Mas há margem para continuar a dar presentes, ainda que de uma forma mais consciente.
Por que não trazer o hábito do “amigo secreto” para a família? Assim, todos recebem um presente e temos de comprar apenas para uma pessoa.
Outra opção válida, e que tem um valor especial, é fazer o próprio presente. Seja cerâmica, fotografia, desenho, granola caseira ou fazer um blend de especiarias, oferecer algo feito por nós vai ser recebido de outra forma.
4. Presentes mais conscientes
Sabemos que comprar é quase inevitável para a maioria e, nesse caso, vamos fazê-lo de forma mais consicente, apoiando marcas que, na sua base, nasceram para dar uma alternativa com menos impacto no planeta.
Aqui ficam algumas sugestões:
. Bhoomi: marca de bijuteria feita com ingredientes como farinha, café, restos de verniz, especiarias.
. Zouri: marca de calçado feita com plástico recolhido dos oceanos e produtos naturais como a pele da maçã e a fibra das folhas de ananás.
. Isto: marca de roupa de homem que usa materiais orgânicos, naturais e fabricado em Portugal e é muito transparente no preço: o cliente sabe quanto custou cada fase do processo e cada detalhe de fabrico, para justificar o rpeço final.
5. Embrulhos
Aqui, nada como usar as técnicas das avós, abrir os presentes com muito cuidado para não estragar o papel e poder reutilizá-lo.
Outra opção é usar papel de revistas ou jornais, sacos de pano ou tudo o que possa esconder o conteúdo sem ter de se usar papel de embrulho de compra.
Além disso, lembrar que o papel de embrulho vai para o ecoponto azul, mas se tiver uma película autocolante ou brilhantes, já não pode ser reciclado e deve ser colocado no lixo comum — vamos, portanto, evitar esta opção.
Nesses dias, idealmente, devemos adiar a ida ao ecoponto para evitar acumulação de lixo
6. Preparar a ceia de Natal
Para tentar comprar os melhores ingredientes, ter opções para todos e evitar o desperdício, aqui ficam algumas dicas:
. Comprar os ingredientes em mercados e no comércio local
. Ter uma opção vegetariana. Se não quiser cozinhar, existem restaurantes com opções para take away:
- Spill the Greens, um projeto de takeaway vegano, e que até dá descontos se levarmos as embalagens de casa.
- Pequeno Café Bistrô, restaurante em Lisboa que, por encomenda e para takeaway, faz pratos e sobremesas de Natal.
. Aproveitar o calor do forno para vários cozinhados
. Comprar ingredientes a granel
. Encomendar cabazes de frutas e legumes de projetos locais
. Quanto às sobras, congelar o que for possível, reaproveitar para novas receitas, ou procurar instituições ou famílias que poderiam beneficiar de uma doação.
Marta Cerqueira é minhota e vegetariana. A sorte é que vive em Lisboa, onde há mais tofu do que sarrabulho. É jornalista há mais de 15 anos, os últimos dos quais a escrever sobre comida e sustentabilidade. Agora, já fora das redações, continua a escrever sempre que pode, seja em revistas, diários, post its, ou na sua página de Instagram, que usa para partilhar uma vida que se divide entre ser mãe-pessoa-foodie-viajante. Ainda assim, criou a Peggada para poder escrever sobre o que não cabe numa revista, num diário, num post it ou no Instagram: um mundo melhor.
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