Sabemos que, tal como nós, existem centenas de outros projetos a querer fazer mais pelo planeta. Fomos ter com eles para saber mais sobre o que os move e o que podemos deles esperar. Uma vez por semana, uma startup, uma entrevista, cinco perguntas.
Falamos com a Teresa e a Marta, fundadoras da Ecomind, um site que agrega marcas sustentáveis para ajudar o consumidor a fazer escolhas mais conscientes
Num só site, encontras marcas que apoiam a produção sustentável, que apoiam a economia circular, que de alguma forma proporcionam a reutilização dos produtos vezes sem conta, muitas vezes por anos, sem gerar qualquer outra produção ou utilização de matéria-prima.
Que problema vem resolver a tua startup?
Como interessadas em tornarmo-nos consumidoras mais sustentáveis, sentimos que existia um gap no mercado português, um site que agregasse e desse a conhecer o ADN de marcas sustentáveis para podermos tomar decisões baseadas nos valores de cada uma. Decidimos por isso criar a Eco Mind onde as marcas ganham protagonismo. Aliamo-nos a pessoas empreendedoras que juntam a vontade de fazer nascer e crescer as suas marcas mas nunca esquecendo que o planeta tem recursos esgotáveis, querendo por isso criar uma sinergia positiva entre elas. Sabemos também que as marcas com este tipo de responsabilidade ou utilizando recursos muitas vezes portugueses tendem a ser mais caras, por isso, juntámos estes dois fatores num site que esperamos que seja de confiança para o consumidor. Aqui podem encontrar marcas com alguma componente sustentável e com descontos associados através do código ECOMIND1 na compra de produtos nos sites das marcas parceiras.
Em que países estão presentes?
Atualmente ainda só contamos com marcas portuguesas mas a médio prazo o objetivo será entrarmos no mercado espanhol.
Porquê a área da sustentabilidade para começar um negócio?
Porque é um tema que tem tanto de urgente como de imperativo. Imperativo pôr as pessoas a pensar, imperativo que pensem de uma forma mais sustentável nas compras do dia a dia. Acreditamos no potencial do mercado português neste segmento e identificamo-nos com os valores da sustentabilidade e, por isso, não nos faria sentido começar um projeto que não fosse nesta área.
Quais os maiores obstáculos de trabalhar nesta área?
Ter uma consciência virada para o sustentável já começa a estar mais presente no consumidor português, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer. Ainda é um desafio apresentar o site Eco Mind como uma primeira solução aquando uma necessidade de compra de um consumidor mas acreditamos que o tempo será a chave. Para além disso, o mercado português procura muito a promoção e, naturalmente, estas marcas mais sustentáveis com uma produção mais consciente e com uma escala mais pequena evitando excedente, pois há todo um ecossistema intrínseco à sustentabilidade, leva a que os produtos acabem por ser um pouco mais caros. Contudo, no final do dia queremos pôr os consumidores a pensar que, por exemplo, podem comprar um detergente em promoção, 80 doses a 8€ mas numa vertente mais sustentável, talvez possam comprar igualmente um detergente para o mesmo fim a 60 doses a 10€, sustentável, com reutilização de óleos, etc. Sabemos que o poder de compra não é elevado na sua maioria mas que enquanto há uns anos este mercado era um nicho, atualmente começa a ser uma área emergente e urgente atuar e sensibilizar os consumidores.
Qual a conquista que de que mais te orgulhas enquanto líder desta startup?
Cada marca que se junta à Eco Mind, cada código promocional que é usado, cada e-mail e telefonema que vamos recebendo das marcas a dizer que estão satisfeitas com os resultados é uma conquista da qual nos orgulhamos enquanto líderes deste projeto. Para além disso, já começamos a ter alguns seguidores da nossa página que acabam por interagir e que permanecem connosco dia após dia e isso enche-nos de orgulho com um projeto tão recente. Ter seguidores que acreditam no nosso valor, nos seguem, interagem e fazem o projeto crescer é muito positivo.
Qual o próximo passo?
O nosso objetivo será sempre que os consumidores tenham um maior leque de opções de marcas em que confiem e que possam escolher como substituto dos produtos que não primam por valores ecológicos e sustentáveis, produção justa, nacional bem como marcas que se identifiquem com a nossa empresa e com o que comunicamos. E no fim do dia, se o consumidor português tentar investir na economia portuguesa, automaticamente existirão mais e mais empresas portuguesas e é uma bola de neve. No fundo, é dinamizar a economia com uma ótica virada para o sustententável e responsável.
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