O capitão Iglo adquiriu uma nova embarcação: a da sustentabilidade. Entra já a bordo para saberes como vão ser os douradinhos de laboratório.
Depois da carne que começou a ser produzida em laboratório, agora é a vez do peixe, mais precisamente dos douradinhos. Aqueles paralelipipedozinho a que poucos escaparam estão a ser modificados de maneira a que haja opções que substituem o filete de peixe por células do mesmo que crescem em laboratório, anunciou a empresa Nomad Foods (que detém a Iglo) à Reuters, de acordo com o jornal “Público“.
O projeto, que pretende proteger a biodiversidade marinha sem comprometer a procura dos consumidores, está a ser desenvolvido pela marca Birds Eye e a norte-americana BlueNalu.
Atualmente, os douradinhos com cobertura de pão ralado crocante têm peixe branco no interior, mas no futuro a ideia é que o recheio seja substituído por produtos do mar cultivados artificialmente.
Como é que tudo isto se vai processar? Sem recorrer a qualquer modificação genética, serão isoladas células de peixe do músculo, gordura e tecido do animal, para serem multiplicadas em laboratório que, por fim, serão moldadas em porções na indústria alimentar.
O resultado do método desenvolvido pela BlueNalu estará à vista nas arcas dos supermercados nos quais habitualmente encontras as marcas Findus, Iglo, La Cocinera e Green Cuisine, que pertencem à Nomad Foods.
Até lá, estarão em marcha estudos de mercado, será feito um levantamento das normas para a aprovação dos reguladores e pensados outros produtos que poderão vingar na Europa — cujos cidadãos consomem mais do triplo do que produzem, de acordo com o relatório Blue Economy da União Europeia.